
LOC.: Foi depois de uma visita à farmácia, a menos de 100 metros de casa, que a aposentada Célia Sampaio, de 74 anos, entendeu o que um tombo representa para pessoas idosas.
A queda trouxe consequências para a aposentada.
TEC./SONORA: Célia Sampaio, aposentada
“A calçada tinha uma pedra que estava levantada, com mais ou menos 15 centímetros. Eu não prestei atenção, tropecei e caí. As consequências foram que eu quebrei meu braço direito, tive algumas escoriações, pancada no joelho, mas o pior foi o braço mesmo, que foi fraturado e eu tive que fazer uma cirurgia e colocar uma placa.”
LOC.: Casos como o da Dona Célia são frequentes no Brasil. Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia apontam que a estimativa de queda entre os idosos com 80 anos ou mais é de 40% todos os anos, com a possibilidade de graves consequências para a saúde.
Os principais riscos relacionados às quedas são as fraturas eventuais, frequentemente no punho, ombro, quadril e bacia. Além da dor, as lesões podem evoluir para casos cirúrgicos, por causa da osteoporose. Há, ainda, chance de casos de traumas cranioencefálicos, com potencial risco de vida.
Vários fatores que podem levar um idoso a cair estão relacionados ao próprio indivíduo ou ao ambiente, como explica o Chefe do Centro de Quadril do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Lourenço Peixoto.
TEC./SONORA: Lourenço Peixoto, Chefe do Centro de Quadril do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.
“Ao próprio indivíduo, é perda da acuidade visual, uso de medicamentos, perda da força muscular, dores articulares. Em relação ao ambiente, domiciliar principalmente, estão tapetes escorregadios, ausência de barras nos banheiros, pequenos móveis baixos fora do campo de visão do idoso.”
LOC.: A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa orienta um modelo voltado para o cuidado e não para a doença, com foco na permanência, recuperação, promoção da autonomia e independência. As ações de saúde devem ser direcionadas para rastrear as principais necessidades dessa população, a partir de aspectos como estado clínico, capacidade funcional e psicossocial.
Com a colaboração de Lívia Braz, reportagem Thiago Marcolini